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Ainda não temos todas as respostas. Para começarmos a entender grandes processos, precisamos saber como
estes ecossistemas têm sido estudados. Muitos pesquisadores têm acompanhado os habitats costeiros e
marinhos ao longo da costa brasileira, mas em 2019 foi a primeira vez que houve uma reunião para avaliar o
estado atual dos monitoramentos destes ecossistemas.

Em artigo científico publicado recentemente, foi realizada uma compilação de dados dos grupos de animais, de
vegetais e de variáveis abióticas que têm sido monitorados na costa brasileira nos últimos anos. Para se ter uma
amostragem mais homogênea, foram utilizados dados de nove projetos associados ao Programa Ecológico de
Longa Duração, o PELD, apoiado pelo CNPq. Estes projetos monitoram lagoas costeiras, manguezais, áreas
recifais e outros habitats na costa e nas ilhas oceânicas.

Em sua maioria, os projetos são recentes (<5 anos) e ainda trabalham isoladamente. A produção científica dos
grupos aumentou exponencialmente com a idade do projeto, apesar da interrupção ou escassez de financiamento
durante a história dos projetos. Os ambientes recifais e grupos de peixes foram os mais estudados dentro dos
projetos de longo prazo. Contudo, a maioria dos monitoramentos é associado a áreas protegidas e não é
homogênea ao longo da costa ou habitats. Por exemplo, as regiões norte e nordeste tem poucos projetos de
monitoramento de longo prazo, e áreas de manguezais são especialmente pouco representadas.

Com este diagnóstico, são recomendadas algumas ações para preencher as lacunas observadas, tais como:
aprimoramento dos projetos por meio de colaboração e integração; foco em regiões prioritárias para novos
projetos; ampliação do escopo das variáveis monitoradas; e, manutenção de financiamento para projetos
existentes. PeerJ 10:e14313 http://doi.org/10.7717/peerj.14313